quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Condicionamento físico das crianças piorou nas últimas décadas:

Um extenso e completo estudo realizado pela Universidade do Sul, da Austrália, afirma que a aptidão física e cardiovascular na infância piorou cerca de 15% ao longo dos últimos 30 anos em todo o mundo.

O estudo se baseou em 50 pesquisas sobre atividades físicas realizadas desde os anos 1960, em 28 países. Ao todo, esses trabalhos envolveram mais de 25 milhões de jovens de nove a 17 anos. Segundo a pesquisa, as crianças de hoje em dia não correm tão rápido e nem tão longe como seus pais nessa idade. Atualmente, as crianças demoram, em média, 90 segundos a mais para correr um quilômetro e meio.

De acordo com os pesquisadores, os resultados do estudo são uma consequência de mudanças no estilo de vida das famílias nos últimos anos. Um bom exemplo disso é o fato de cada vez menos crianças irem às escolas andando ou até mesmo realizarem brincadeiras ao ar livre como forma de lazer. Grande parte dos jovens prefere optar pelos televisores, computadores e celulares para se divertir.

Além disso, o sedentarismo infantil é cada vez mais significativo. Entre 30% e 60% da piora da aptidão física pode ser explicada pelo aumento de peso. Por isso, crianças devem praticar pelo menos 60 minutos de alguma atividade física ao dia, como correr, nadar, andar de bicicleta e até mesmo caminhar. Com o exercício físico é possível melhorar a saúde, autoestima, flexibilidade, desenvolvimento motor, postura, aquisição de habilidades de motricidade fina e o sistema cardiocirculatório, além de promover o crescimento, construção de ossos e músculos fortes e manutenção do peso adequado.




sábado, 21 de dezembro de 2013

Exercício físico pode ser aliado no tratamento da enxaqueca:

Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cefaleia aponta que 9% da população sofre com dores de cabeça frequentes. No entanto, apostar em exercícios físicos pode ser uma nova opção de tratamento para essas pessoas.

Segundo o estudo, conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), associar exercício aeróbico ao uso de medicamentos pode trazer um resultado ainda melhor no tratamento da enxaqueca crônica. As pesquisadoras avaliaram 50 pacientes com o diagnóstico, dividindo-os em dois grupos: metade dos pacientes fez uso de uma medicação preventiva diária, enquanto a outra metade fez uso da mesma medicação e também praticou, três vezes por semana, atividade aeróbica com orientação profissional.

Após três meses, todos os pacientes apresentaram melhora, havendo redução na frequência, intensidade e duração das crises de enxaqueca. Porém, o grupo que realizou atividades aeróbicas apresentou uma melhora significativa em todos esses parâmetros, além de redução do Índice de Massa Corpórea (IMC).

Além da prática regular de exercícios físicos, existem outras medidas que ajudam no tratamento da enxaqueca crônica como: tempo de sono adequado, alimentação balanceada, suporte psicológico, terapias não medicamentosas, evitar situações estressantes e altas dosagens de analgésicos. Vale ressaltar que independente do exercício físico, é fundamental que o paciente busque a orientação de um médico para ter um medicamento preventivo adequado.

Essa pesquisa foi apresentada no XXVII Congresso Brasileiro de Cefaleia ocorrido em outubro e foi premiada como a melhor pesquisa brasileira na área de cefaleias no ano de 2013.

Por Jornalismo Portal EF




quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Como reconhecer e tratar o estiramento muscular:

O estiramento muscular é uma lesão indireta caracterizada pelo "alongamento" das fibras dos músculos além dos limites normais. 

Ele está entre as lesões mais frequentes nos esportes e modifica significativamente os hábitos de treinamento e de competição dos praticantes. 

Normalmente estiramentos musculares são causados por displicência dos atletas. Usar uma técnica de treino de maneira incorreta, sobrecarga e fadiga muscular, postura inadequada durante a corrida, diferença de comprimento de membros inferiores e diminuição da amplitude de movimento são os erros mais comuns entre os que praticam esporte. Porém, a contração rápida e explosiva, é quem fundamentalmente proporciona o surgimento da lesão. 

O primeiro sinal de estiramentos é uma dor súbita durante a um treino esportivo e algumas vezes acompanhado de uma sensação de estalido. A intensidade da dor é variável e geralmente provoca desequilíbrio e interrupção do movimento. Os sintomas que podem ser observados depois são: deficiências de flexibilidade, desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas, lesões musculares que não melhoram, distúrbios nutricionais e hormonais, infecções e dificuldade de coordenar movimentos. 

Existem grupos musculares mais propensos a este tipo de lesão, como os músculos posteriores da coxa, os da panturrilha, a musculatura interna da coxa e o músculo anterior da coxa. Estudos indicam a junção músculo-tendão, também conhecida como região distal do ventre muscular, como o principal local da lesão. Mesmo assim, é bom deixar claro que qualquer ponto do músculo é suscetível ao estiramento. 

O diagnóstico deve abranger uma história e exames clínicos adequados, baseados em queixas de dores localizadas, dores à contração isométrica e à palpação. O exame da ultra-sonografia complementa o diagnóstico. Conhecer e tratar o estiramento de maneira precoce é muito importante para conseguir tratar essa lesão muscular. Como os fatores de produção da lesão são diversos, é importante saber detalhes da história clínica do paciente. 

O médico sempre deve observar o condicionamento físico do atleta, se sofreu a lesão no início ou no final da competição, como foi feito o aquecimento, condições climáticas e o estado de equilíbrio emocional, se o atleta lesionado foi muito exigido na competição. Se o profissional não levar em conta esses fatores, é aconselhável que o paciente procure uma segunda opinião após o diagnóstico. 

A classificação dos estiramentos tem importância no diagnóstico, já que identifica e quantifica a área lesada do músculo, os fenômenos decorrentes desse problema, a gravidade da lesão, os critérios de tratamento, o tempo de afastamento do esporte e a previsão de sequelas. Podemos classificar os estiramentos de acordo com as dimensões da lesão em: 

Grau I - é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (lesão em menos de 5% do músculo). A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular contra-resistência e pode desaparecer no repouso. O edema pode estar presente, mas, geralmente, não é notado no exame físico. Ocorrem danos mínimos, a hemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida. 

-Grau II - O número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores (a lesão atinge entre 5% e 50% do músculo). São encontrados os mesmos achados da lesão de primeiro grau, porém com maior intensidade. Acompanha-se de: dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais exuberante e diminuição maior da função. O tratamento do problema é mais lento. 

-Grau III - Esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele (lesão atinge mais de 50% do músculo), resultando em uma grave perda da função com a presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes. Dependendo da localização do músculo lesionado em relação à pele adjacente, o edema, a equimose e o hematoma podem ser visíveis, localizando-se geralmente em uma posição distal à lesão devido à força da gravidade que desloca o volume de sangue produzido em decorrência da lesão. O defeito muscular pode ser palpável e visível. 

Após tratamento inicial na fase aguda da lesão, com gelo, repouso, elevação, uso de anti-inflamatórios prescritos por um profissional médico, ultrassom pulsátil, microcorrentes e laser, inicia-se a recuperação do movimento ativo, com carga que não produza dor. A inclusão dos exercícios de alongamentos são fundamentais na recuperação da lesão.

Após esta sequência, utiliza-se os exercícios de recuperação funcional que têm como objetivo retornar o atleta ao nível de atividade antes da lesão, restaurando a estabilidade funcional e os padrões de movimentos específicos para o esporte, minimizando o risco de nova lesão. A evolução do tratamento deve obedecer a uma avaliação diária da dor, amplitude do movimento, força muscular e a sensação subjetiva do paciente. 

Nas atividades esportivas, existe uma permanente preocupação com o atleta de alto nível, no cumprimento do planejamento de treinamento e na manutenção do estado atlético. Negligenciar o tratamento leva freqüentemente a recidivas, com novas lesões no mesmo músculo e que podem resultar seqüelas e longos períodos de afastamento do esporte. 

Matéria publicada no site Minha Vida




sábado, 14 de dezembro de 2013

Ganho de gordura abdominal pode aumentar o risco de diabetes:

Além do tamanho da barriga, a genética também pode aumentar chances de desenvolver a doença.

A diabetes atinge cerca de 347 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. No entanto, como não apresenta sintomas no início, metade das pessoas que têm a doença não sabe e, entre as que sabem, muitas não seguem o tratamento ou não fazem o controle do jeito adequado, alertam os endocrinologistas Alfredo Halpern e Ricardo Botticini Peres.

Entre os fatores de risco principais para desenvolver a doença, estão a genética e a obesidade, principalmente o ganho de gordura abdominal, que prejudica o trabalho do pâncreas. Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, um paciente pode nem ser obeso, por exemplo, mas ter aquela barriguinha, o que já aumenta o risco de ser diabético. Por isso, é preciso tomar cuidado com os hábitos de vida e com o controle do peso, como recomendaram os médicos.

Como diagnosticar
Segundo os especialistas, o diagnóstico de diabetes acontece quando o nível de açúcar no sangue está acima de 126 mg/dl. Se estiver em até 100 mg/dl, está no nível normal; entre 100 mg/dl e 126 mg/dl, significa um quadro de pré-diabetes que ainda pode ser reversível.

Para avaliar esses níveis, o paciente pode fazer alguns exames: o de glicemia, que tira sangue da ponta do dedo e pode ser feito em um laboratório; o de tolerância a glicose, em que ele toma uma grande quantidade de açúcar e avalia o nível no sangue depois; e o de hemoglobina glicada, que mede quantos glóbulos vermelhos estavam com excesso de açúcar no sangue nos últimos 3 meses.

As possíveis causas
Apesar de todos os exames avaliarem a quantidade de açúcar no organismo do paciente, essa não é a principal causa da doença. De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Diabetes, 87% das pessoas acreditam que a diabetes é causada por uma dieta com muito açúcar.

No entanto, como alertaram os endocrinologistas, a doença pode ser gerada pela obesidade, para a qual não só o excesso de açúcar contribui, como também a predisposição genética.

Como evitar a diabetes
Ainda segundo a pesquisa, 28% dos entrevistados disseram que a doença pode ser evitada com a prática de atividade física, o que faz sentido já que o exercício é um fator importante na prevenção da obesidade.

Porém, além de se exercitar, é importante ainda manter uma alimentação saudável e não só controlar o consumo de açúcar, como também o de carboidrato e gorduras, como explicou o endocrinologista João Salles.

Segundo o médico, o risco de desenvolver diabetes é maior quando as mulheres atingem mais de 80 cm de circunferência abdominal e os homens, mais de 94 cm. Por isso, para evitar a doença, é importante manter o peso, levando uma vida com hábitos saudáveis.

Mesmo quem já é diabético, no entanto, precisa também se preocupar com a alimentação. Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, o descontrole alimentar é a principal causa da diabetes mal controlada. Para evitar esse problema, é importante montar uma geladeira de acordo em casa, sem alimentos como doces, refrigerantes e pães brancos, por exemplo. A dica do médico é optar sempre por integrais, frutas, verduras, legumes e água.

Manter esse controle da doença é essencial para evitar as consequências dela para a saúde. Muitos pacientes que não controlam o problema acreditam que isso pode não ser grave mas, como alertaram os endocrinologistas, por causa do descontrole da diabetes, o paciente pode ter problemas nos rins, olhos e pernas, por exemplo.

Além disso, como a doença lesa os vasos sanguíneos, o paciente pode perder a sensibilidade nos membros e até ter um quadro de amputação, como lembrou o endocrinologista Ricardo Botticini Peres. Por isso, é importante que as pessoas se preocupem não só com a prevenção, mas também com o tratamento.

Matéria publicada no Portal G1




quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Atividade Física e Alimentação na "Melhor Idade":

Conforme os anos vão passando, é possível perceber mudanças no corpo, nas funções fisiológicas e na força física. Com isso, inúmeros idosos acabam por modificar a rotina e a alimentação por se sentirem menos dispostos e pela alteração no paladar.  

No entanto, a prática de atividade física é benéfica nessa fase da vida e a alimentação equilibrada também auxilia na manutenção da saúde.

Depois dos 65 anos há tendência para redução da massa muscular, problemas no aparelho locomotor, no equilíbrio e propensão ao surgimento de doenças cardiovasculares, osteoporose, entre outras. Esse conjunto de fatores leva o idoso a diminuir a prática de atividade física. No entanto, nesta faixa etária, atividades de lazer, como jardinagem e caminhada; tarefas domésticas e locomoção já podem ser considerados exercício físico.1,2

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, recomenda-se a prática regular de 120 minutos de exercícios aeróbios, como caminhadas e natação, e três treinos de força muscular por semana, como pilates, musculação ou ginástica localizada para a população idosa.1 A combinação de atividades aeróbias e anaeróbias de intensidade moderada e respeitando os limites de cada pessoa, melhora o equilíbrio, fortalece os músculos e auxilia na mobilidade.1,3

A alimentação não pode ficar de fora. A ingestão de proteínas é essencial para o organismo devido a importância dos aminoácidos nas funções metabólicas, imunológicas e hormonais. Assim, o aporte proteico deve acontecer em quantidade suficiente para ajudar na diminuição da perda muscular decorrente da idade. Enquanto para adultos saudáveis é recomendado o consumo de 0,8g de proteína/ kg de peso corporal por dia, para idosos esse valor vai para 1,0g de proteína/ kg de peso corporal por dia, de modo a garantir a capacidade funcional e saúde do idoso. Essas quantidades podem ser atingidas por meio de alimentos como: iogurtes, bebidas à base de soja, carnes (de preferência brancas), entre outras fontes.4

Além disso, o consumo de carboidratos e gorduras também precisa estar em níveis adequados para garantir a boa nutrição desse público. Dar preferência aos grãos integrais, cereais e às gorduras boas, como azeite de oliva, creme vegetal, entre outros, são alternativas para complementar a alimentação dos idosos. Também é necessário lembrar das vitaminas e minerais, provenientes principalmente de verduras, legumes e frutas, e que auxiliam para uma alimentação completa.4,5

O respeito pela limitação e individualidade dos idosos é essencial para entender o tipo de exercício físico adequado e a melhor escolha de alimentos para cada pessoa. Ficar atento a esses detalhes pode ajudar os adultos da “melhor idade” a terem mais disposição e saúde para realizar as atividades diárias. 

REFERÊNCIAS:
1. World Health Organization. Global Recommendations on Physical Activity for Health. 2009.
2. Anderson MIP et al. Saúde e Qualidade de vida na Terceira idade. Textos envelhecimento. 1998;1(1).
3. Ferreira M et al. Efeitos de um programa de orientação de atividade física e nutricional sobre o nível de atividade física de mulheres fisicamente ativas de 50 a 72 anos de idade. Rev Bras Med Esporte. 2005;11(3).
4. Caselato de Sousa,VM et al. Protein requirements for the elderly population: review. J Brazilian Soc Food Nutr. São Paulo. 2009;34(1): 199-209. 
5. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentação saudável para a pessoa idosa: um manual para profissionais de saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 1ª edição, 2009.