Médicos falam também sobre as diferenças entre eles e os suplementos.
Parece um milagre ou até mesmo uma fórmula mágica, mas o uso de esteroides anabolizantes, apesar de ser uma alternativa fácil e rápida de aumentar a musculatura, oferece riscos à saúde , o endocrinologista Alfredo Halpern e a nutricionista Jéssica Borrelli explicaram que o uso indiscriminado desses produtos, sem orientação médica, pode causar efeitos colaterais, como risco maior de problemas no coração, aumento do colesterol ruim, problemas no fígado, infarto, derrame e até mesmo câncer.
Por isso, os especialistas alertam que essas substâncias não devem ser usadas e não podem ser receitadas nas academias, já que é possível ganhar massa muscular apenas com exercício e alimentação. Em relação ao câncer, o excesso de hormônios dos esteroides anabolizantes, usados de maneira inadequada, estimula o crescimento de células – se uma delas tem uma tendência a se transformar em um câncer no futuro ou se já tem a doença, o esteroide anabolizante pode promover seu desenvolvimento com mais rapidez. Ou seja, ele pode causar um tumor ou acelerar um que já existia, com o risco até mesmo de metástase, como explicou o oncologista Fernando Maluf na reportagem da Natália Ariede.
Esse problema aconteceu com a ex-BBB, vencedora da 12ª edição do programa, Maria Melilo. Por 7 anos, ela tomou esteroides anabolizantes porque queria ganhar massa muscular, mas a consequência logo veio e ela descobriu um tumor no fígado. Atualmente recuperada da cirurgia que retirou 70% do fígado, ela se lembra dos outros efeitos que o esteroide anabolizante causou, como engrossamento da voz, fraqueza no cabelo, colesterol alto e até mesmo alterações no ciclo menstrual.
Fora a desregulação da menstruação, nas mulheres, pode ocorrer também de o pescoço ficar mais largo, o queixo mais quadrado, ela ficar mais agressiva e até mesmo ter calvície. Nos homens, a calvície e agressividade também acontecem, com o risco ainda de aumento das mamas e atrofia dos testículos, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern.
Isso acontece porque os esteroides anabolizantes são hormônios sintéticos, normalmente derivados da testosterona, que estimulam as células musculares a aumentarem a absorção de tudo que faz o músculo crescer, especialmente as proteínas. Além de aumentarem a musculatura, os produtos também estimulam o crescimento de tecidos, como ossos, peles e órgãos, mas isso acontece com maior intensidade na fase de crescimento. Por isso, é ainda mais perigoso o uso indiscriminado de esteroides anabolizantes na adolescência, porque os órgãos podem ficar maiores do que deveriam.
Fora a testosterona, existe também o GH, outro hormônio também considerado esteroide anabolizante e bem procurado por frequentadores de academia. Esses dois hormônios são produzidos pelo corpo naturalmente, mas muitas pessoas tomam para ficarem mais fortes e diminuir também a massa gorda do organismo.
Existem casos, no entanto, de pacientes que têm falta de produção natural desses hormônios, por causas genéticas ou adquiridas, e os esteroides anabolizantes são prescritos pelo médico. A diferença, porém, é que quando o médico indica os remédios, eles são dados em doses muito menores do que aqueles usados por frequentadores de academia. Fora isso, os pacientes passam por avaliações clínicas para descartar qualquer incompatibilidade com o esteroide anabolizante. Pessoas saudáveis nunca devem e não precisam utilizar esses hormônios, justamente por causa dos riscos que eles trazem.
Por outro lado, existe ainda o suplemento alimentar, também muito conhecido nas academias. A maioria toma aqueles à base de proteína, essencial para o crescimento dos músculos – o mais conhecido é feito com proteína de soro de leite, que é rapidamente absorvida pelo corpo e facilita o desenvolvimento muscular logo depois do treino de musculação. O problema é que muita gente confunde o suplemento com esteroide anabolizante – enquanto o suplemento é um alimento indicado por nutricionistas para ajudar na recuperação muscular, o esteroide anabolizante é uma droga derivada de hormônios.
Segundo a nutricionista Jéssica Borrelli, existem vários tipos de suplementos e não adianta usá-los sem necessidade porque o corpo elimina o excesso. Um dos principais erros de quem toma é usar logo que começa a atividade física – como a proteína serve para repor o que falta, o corpo só vai sentir uma necessidade maior depois de uma intensidade e tempo maiores de treino.
Outro erro é misturar proteínas isoladas com leite – o leite, quando misturado, retarda a absorção. Toma uma dose maior do que a necessária também é errado – muita gente faz isso achando que a absorção será maior, mas de acordo com a nutricionista, a absorção máxima pelo corpo é de 20 a 25 gramas por dose.
Para não cometer esses erros, o ideal antes de optar pela suplementação é se consultar com um nutricionista, que vai avaliar o cardápio, o tempo e a intensidade dos treinos. Como o excesso de qualquer proteína pode sobrecarregar os rins, é fundamental avaliar a necessidade antes de usar essa alternativa.
Matéria publicada no site Bem Estar
Nenhum comentário:
Postar um comentário